Poeta Cigano.
Conta-nos um velho conhecido que, lá pelos idos dos anos 60, numa cidadezinha interiorana do agreste cearense, vivia um homem, matuto de origem que, nascera com um pequeno defeito físico: não possuía parte do pé esquerdo e, se usufruía disso.
-Por favor, uma esmolinha para um aleijado! Ajude-me! Pelo meu “padinho” padi Cícero, uma esmolinha! Implorava ele a todas as pessoas que encontrava.
-“Vá trabalhar, cabra da peste! Vá fazer alguma coisa”! Respondeu um senhor bem idoso, puxando um jegue que, se curvava ao peso de dois grandes balaios de forragens.
E, assim, esse homem, de nome Severino, ia tocando a sua vidinha ociosa. Levantava-se ainda no escuro, comia um pão dormido mergulhado num café requentado e, saía cedo para a mendigagem. Trabalhar para quê? Pensava ele, já que as parcas moedas que lhes chegavam às mãos, eram suficientes para alimentá-lo por mais um dia, pelo menos enganar seu estômago e, lhe dar uma vida boa e descompromissada.
Ele fazia ponto numa pracinha do lugarejo, pouco cuidada e arborizada. Às vezes, passava horas nos degraus do pequeno coreto cochilando e, dando um “tapa” na preguiça.
Com pena do homem, muitos lhe ofereciam empregos que, eram sempre rechaçados por ele sob a alegação de que era um deficiente físico e não podia trabalhar.
Encontrava-se nesta vida desde criança, quando fora abandonado pelos pais que, eram muito pobres e, não queriam suportar esse fardo, que era ele. Como alimentá-lo e vesti-lo se nada tinham. E, assim, resolveram abandoná-lo, deixando-o nas mãos do destino. A sua casa, a partir dali, passou a ser a rua e sua cama um banco de jardim.
-Um esmolinha, por favor! Uma esmolinha! Insistia ele a todo instante.
E, exaustivamente, durante todo dia, Severino implorava e recebia mais não do que sim, mas mesmo dessa forma, não desistia e, ia empurrando a sua vidinha ociosa com a barriga.
Um belo dia, peregrinando pelas ruas com as suas muletas, viu algo que o impressionou e que, mexeu com as suas estruturas, fazendo-o balançar e repensar a vida.
Há uns dez metros dali, vira um senhor bem idoso, de barbas brancas e compridas, face bem enrugada, aparentemente frágil, mas de feições bondosas, sem as duas pernas, e se equilibrando sobre uma velha cadeira. Ele vendia peças de artesanatos com um sorriso largo no rosto, tratando todos de igual para igual, disputando seu espaço junto a outros negociantes do ramo no local.
Aquilo lhe chamou a atenção e, o fez se aproximar do homem, mesmo um pouco desconfiado. Ainda hesitante, chegou bem perto do velho sertanejo para conferir o motivo daquela sua alegria, já que o problema dele era bem maior e se encontrava feliz.
Já frente a frente com o ancião, Severino com uma voz trêmula e insegura o interpela:
-Meu velho, o que o faz sorridente e lhe dá forças, se é um aleijado desgraçado como eu? Um pobre coitado relegado pelo mundo? Esquecido até por Deus?
O outro ergue a cabeça e o fita demoradamente como se procurasse alguma coisa e, minutos após, lhe dá a resposta, contando o segredo de sua força e alegria de viver:
-“Meu filho, o homem muitas das vezes tem a cura de sua doença na luta, através da fé, do amor, do trabalho e, acima de tudo, da perseverança. Temos algo muito precioso que está acima de nossos defeitos, que é a vida. Temos de saber vivê-la com inteligência e amor, pois é única. Trilhar nossos caminhos felizes, para que possamos seguir o rumo dos homens de bem e de Deus! Nosso corpo está mutilado, mas o nosso espírito é são”!
Encerrando a sua curta história, o nosso narrador nos disse que ele, ao ouvir a simples, mas bela lição de vida daquele ancião, aos prantos e envergonhado, afastou-se dali apressadamente e nunca mais foi visto na cidade ou arredores.
-Por favor, uma esmolinha para um aleijado! Ajude-me! Pelo meu “padinho” padi Cícero, uma esmolinha! Implorava ele a todas as pessoas que encontrava.
-“Vá trabalhar, cabra da peste! Vá fazer alguma coisa”! Respondeu um senhor bem idoso, puxando um jegue que, se curvava ao peso de dois grandes balaios de forragens.
E, assim, esse homem, de nome Severino, ia tocando a sua vidinha ociosa. Levantava-se ainda no escuro, comia um pão dormido mergulhado num café requentado e, saía cedo para a mendigagem. Trabalhar para quê? Pensava ele, já que as parcas moedas que lhes chegavam às mãos, eram suficientes para alimentá-lo por mais um dia, pelo menos enganar seu estômago e, lhe dar uma vida boa e descompromissada.
Ele fazia ponto numa pracinha do lugarejo, pouco cuidada e arborizada. Às vezes, passava horas nos degraus do pequeno coreto cochilando e, dando um “tapa” na preguiça.
Com pena do homem, muitos lhe ofereciam empregos que, eram sempre rechaçados por ele sob a alegação de que era um deficiente físico e não podia trabalhar.
Encontrava-se nesta vida desde criança, quando fora abandonado pelos pais que, eram muito pobres e, não queriam suportar esse fardo, que era ele. Como alimentá-lo e vesti-lo se nada tinham. E, assim, resolveram abandoná-lo, deixando-o nas mãos do destino. A sua casa, a partir dali, passou a ser a rua e sua cama um banco de jardim.
-Um esmolinha, por favor! Uma esmolinha! Insistia ele a todo instante.
E, exaustivamente, durante todo dia, Severino implorava e recebia mais não do que sim, mas mesmo dessa forma, não desistia e, ia empurrando a sua vidinha ociosa com a barriga.
Um belo dia, peregrinando pelas ruas com as suas muletas, viu algo que o impressionou e que, mexeu com as suas estruturas, fazendo-o balançar e repensar a vida.
Há uns dez metros dali, vira um senhor bem idoso, de barbas brancas e compridas, face bem enrugada, aparentemente frágil, mas de feições bondosas, sem as duas pernas, e se equilibrando sobre uma velha cadeira. Ele vendia peças de artesanatos com um sorriso largo no rosto, tratando todos de igual para igual, disputando seu espaço junto a outros negociantes do ramo no local.
Aquilo lhe chamou a atenção e, o fez se aproximar do homem, mesmo um pouco desconfiado. Ainda hesitante, chegou bem perto do velho sertanejo para conferir o motivo daquela sua alegria, já que o problema dele era bem maior e se encontrava feliz.
Já frente a frente com o ancião, Severino com uma voz trêmula e insegura o interpela:
-Meu velho, o que o faz sorridente e lhe dá forças, se é um aleijado desgraçado como eu? Um pobre coitado relegado pelo mundo? Esquecido até por Deus?
O outro ergue a cabeça e o fita demoradamente como se procurasse alguma coisa e, minutos após, lhe dá a resposta, contando o segredo de sua força e alegria de viver:
-“Meu filho, o homem muitas das vezes tem a cura de sua doença na luta, através da fé, do amor, do trabalho e, acima de tudo, da perseverança. Temos algo muito precioso que está acima de nossos defeitos, que é a vida. Temos de saber vivê-la com inteligência e amor, pois é única. Trilhar nossos caminhos felizes, para que possamos seguir o rumo dos homens de bem e de Deus! Nosso corpo está mutilado, mas o nosso espírito é são”!
Encerrando a sua curta história, o nosso narrador nos disse que ele, ao ouvir a simples, mas bela lição de vida daquele ancião, aos prantos e envergonhado, afastou-se dali apressadamente e nunca mais foi visto na cidade ou arredores.
5 comentários:
Um ramalhete
Com rosas e alecrim
Nele, fitas de afeto
Em laços de bem querer,
Um sorriso em cada pétala
Um bilhete de paz
Pra tua vida...
E um pedido!
Jamais se esqueça de mim!
(Sirlei L. Passolongo)
Beijos de coração prá coração!
Um conto especial!
Um verdadeiro olhar para uma realidade que tanto esquecemos.
Obrigada poeta, contista Madalenense.
Parabéns!!
bjs
Eurídice Hespanhol
Bom Dia!
Obrigada pela visita e comentário em meu Blog...
Volte quando e quiser e muito obrigada pelo elogio:)
Parabéns pelo seu bom gosto,seu Blog é lindo!
Dia lindo para você fica com Deus!
Temos mais a agradecer,e menos a pedir...abç Angela
Esse conto é lindo.
Com apenas algumas palavras de otimismomuitas vezes conseguimos mudar a vida de uma pessoa,segurar ela pelas mãos e puxar para cima...mostrar que existe solução para tudo nessa vida.
Seu blog esta lindo Poeta...esta perfeito...belas Poesias,belo conteúdo...Parabéns.
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